quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Carnaval

Sim, todos meus amigos, familiares e conhecidos sabem: EU AMO O CARNAVAL. Pra mim, são os dias mais alegres e divertidos de todo o ano, e os espero com muitos planos e muita felicidade. Mas, o que muita gente não sabe, é que esse amor pelo carnaval que sinto é trazido de geração em geração na minha família. E não só o Carnaval atual que eu gosto, também gosto e admiro muito o de antigamente, com fantasias, histórias de amor, clubes, bagunças. Sim, também era legal, mas como não volta mais, é algo que devemos saber. Já que vivemos o carnaval de hoje, temos a obrigação de saber como ele surgiu, e são histórias que sei muita bem, pois minha mãe me contava quando eu criança, e são histórias muito ricas e grandiosas, que devem ser passadas para a frente.

A história do Carnaval começou há mais de 4 mil anos antes de Cristo, com festas promovidas no antigo Egito. Eram principalmente eventos relacionadas a acontecimentos religiosos e rituais, na época da colheita de grandes safras. Para comemorar as pessoas costumavam pintar os rostos, dançar e beber. Mas também existem boatos de que o Carnaval tem origem em festas pagãs e rituais de orgia. 
Quando a Era Cristã começou a crescer (isso depois de Cristo, as Igrejas surgiram, e bla bla bla) a Igreja começou a tentar conter os excessos do povo nestas festas pagãs (o grupo sempre potencializa a loucura!). Uma solução foi a inclusão do período (carnaval) no calendário religioso. Antecedendo a Quaresma, o Carnaval ficou sendo uma festa que termina em penitência na quarta-feira de cinzas. Os cristãos costumavam iniciar as comemorações do Carnaval na época de Natal, Ano Novo e festa de Reis (podia ser assim até hoje, eu ia amar! hahaha). Mas estas se acentuavam no período que antecedia a Terça-feira Gorda (a terça-feira de carnaval dos dias atuais, o último dia da folia), chamada assim porque era o último dia em que os cristãos comiam carne antes do jejum da quaresma, no qual também havia a abstinência de sexo e até mesmo das diversões, como circo, teatro, festas e bebidas.
Na Idade Média em Roma, o baile de máscaras foi introduzido pelo papa Paulo II. As mais famosas máscaras são as confeccionadas em Veneza e Florença, muito utilizadas pelas damas da nobreza no século XVIII como símbolo máximo da sedução. No século XV, mas ganhou força e tradição no século seguinte, por causa do sucesso da Commedia dell'Arte (tipo teatral em que ganharam ênfase os grandes e eternos personagens carnavalescos: Colombina, Arlequim e Pierrot, que eu particularmente AMO a história desse triângulo amoroso!). 

Como eu acho magnífica a história do triângulo amoroso entre Colombina, Arlequim e Pierrot, vou falar um pouco dela pra vocês. E espero que vcs também se apaixonem e tentem trazer essa magia que havia antigamente para o carnaval nos dias de hoje.

Colombina, o Pierrô e o Arlequim tem origem na Comédia Italiana, companhia de atores que se instalou na França pra difundir a Commedia dell'Arte (como eu já disse acima). O Pierrô é uma figura ingênua, sentimental e romântica. É apaixonado pela Colombina, que era uma caricatura das antigas criadas de quarto, sedutoras e volúveis. Mas ela é a amante de Arlequim, rival do Pierrô, que representa o palhaço farsante e cômico.




Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão

Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval

                                   (Máscara Negra - Dalva de Olveira)


Como são personagens símbolos de um grande amor, existem vários poemas sobre eles, entre esses poemas há um que é meu favorito As Máscaras, de Menotti del Picchia: 

Oh confusa Colombina...

O teu beijo é tão doce, Arlequim...
O teu sonho é tão manso, Pierrot...

Pudesse eu repartir-me
encontrar minha calma
dando a Arlequim meu corpo...
e a Pierrot, minha alma!

Quando tenho Arlequim,
quero Pierrot tristonho,
pois um dá-me prazer,
o outro dá-me o sonho!

Nessa duplicidade o amor todo se encerra:
Um me fala do céu...outro fala da terra!

Eu amo, porque amar é variar
e , em verdade, toda razão do amor
está na variedade...

Penso que morreria o desejo da gente
se Arlequim e Pierrot fossem um ser somente.

Porque a história do amor
só pode se escrever assim:
Um sonho de Pierrot
E um beijo de Arlequim!




Beijos à todos, e tenham um ótimo CARNAVAL

Um comentário:

R. Moura disse...

Vou parar por aqui mesmo em 2010.. cansei... mas c devia postar mais aqui, serio que eu gostei de ficar lendo, to com muitas sdd das coisas que vc fica falando :'(